terça-feira, 1 de maio de 2012





De minhas reflexões, mateando sozinho, numa barranca de rio, numa taipa de açude, conversando comigo mesmo... a sós comigo mesmo, pescando fragmentos da alma nos remansos e nos aguapés... sei lá... Era preciso inventariar a vida, meus tesouros, as vitórias, os fracassos, os sentimentos, as angústias, os valores... sei lá... assim subscrevo

                                     " INVENTÁRIO DE POETA"

. –... ”Às vezes encontro minha razão perdida na desrazão de não ter sido...”... – Edegar..

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Prefácio

      Assim nasce um menino (em Pedro Osório, RS), que nunca cresceu, mas que há muito já estava aqui...

      –... ”Às vezes encontro minha razão perdida na desrazão de não ter sido...”... – Edegar...

      Falar de Edegar Garcia Torres é falar de sentimentos intensos, das inquietações e aconchegos, de fruir a vida, do olhar que vai além do hoje, pois remete para um amanhã de 

quimeras, de discernimentos, ambiguidades e razões estéticas dos poetas. Assim desde muito cedo se estabelece um frondoso embate interno, entre dois mitos: “Dionísio” X “Apolíneo”, uma indomável pulsão que deseja agarrar a vida com a força de um tropel – de potros chucros, e, um supereu que impõem resistência e inspira seus sonhos à simetria harmônica, como os favos de mel.

      Nessas perspectivas, se faz homem o menino a tingir com letras as telas dos corações, com poemas de momentos, recordações e projeções, encantamentos e paixões, e insanas sanidades que remetem para um novo amanhã de si mesmo, onde o Poeta procurou na dissipação abaetar o D. Quixote (um Cavaleiro Errante) a combater obstáculos invisíveis em seus dias de desventuras e ilusões.

     Como afirmava Nietzsche – a Arte é o principal meio de darmos sentido ao mundo – ou até mesmo reinventá-lo, por que não? Apagar os sintomas do mal-estar, oferecer um lenitivo aos corações cansados de tantas verdades não aspiradas ou comprovadas. A sensibilidade de Edegar ao retratar seu olhar frente ao mundo oferece frestas para a transformação do homem em si, para si e ao mundo; sua poesia não é uma formula mágica, mas é pura magia, pois não subtrai a realidade, mas a reinterpreta, transmuta a dor em vitalidade, em leveza e alegria.
     
      –... “E o louco chorou, pois lágrimas lavam as culpas e abrandam a espera do nada.”... – Edegar...

      Infeliz de quem nunca se permite ou permitiu-se dar vida aos seus loucos sentimentos, não arriscou sustentar a insana excentricidade da sana volição à felicidade; mas o que é a loucura, se não uma forma de superar a dor da não possibilidade? Como compreender a loucura se não por dentro dela? Os loucos fazem poesias, fazem gambetas para a vida, perguntas que a vida não quer ouvir as respostas. Ah os Poetas...!

      ... Esses artistas, deuses das contestações, das criações e recriações, loucos sonhadores que sonham vidas sem desencontros, encontros eternos de finais iniciais, pinçam as dores devolvendo arco-íris em janelas de esperanças, deliram paixões por confundirem o amor, lutam contra os moinhos para conquistarem as suas Dulcinéias, nestes delírios de realidade adormecem com seus pares sonhando com alcovas imaginárias. 

      ... – Quantos resquícios de ilusões e culpas desbotam motes de viver ou ser; quantas represas de afetos negados a alma espera para renascer...” – Edegar...  

      Poesia sem dor é vida sem superações..., a estética poética faz rimas com a contingência e a dialética humana, expõe o constante jogo das contraposições, sem camuflar a natureza em sua livre pujança de sofrimentos e deleitamentos, fenecimentos e renascimentos, alegrias e tristezas, perfeições e dor, e, assim, desloca a metafísica da renúncia para a metafísica dos amores e seus desdobramentos.  Nesta fidelidade humana discorre o Poeta dos sentimentos intensos, sua oposição à renúncia à vida.

       ... – “Vai, fiel poesia... Faz nas pedras desabrochar botões de rosas e madressilvas.” – Edegar...
     É com encantamento e satisfação, que cumpro o desígnio de anunciar aos corações e mentes sensíveis à arte, um tantinho do olhar do Poeta dos Sentimentos Intensos.
Senhores leitores, embarquem nesta nau de páginas de vida e façam uma instigante viagem de paixões, sonhos, lembranças, belezas, melancolias, prostrações e ternuras.

       Cedaior Ami da Silveira
       Filósofo/Terapeuta 

6 comentários:

  1. "De minhas saudades nada vos direi..."

    Tomei como palavra rema. Lindo seu "Inventário de Poeta." Melancolia, amor, saudade, com uma pitada de sarcasmo, paz, poesia que gira na "minha cabeça oca."
    Parabéns, sucesso sempre!

    Abreijus literarios

    Nívea Sabino

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  2. Oi Nívea! Essa avaliação, vinda de uma escritora do seu quilate, é muito valiosa para mim.
    Quanto a divulgar meus poemas aí "pelas Alterosas Minas Gerais", só posso te dizer que é uma grande honra!
    Obrigado.
    Sucesso pra você sempressempre!
    Grande abraço

    Edegar G. Torres

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  3. FICO FELIZ MUITO FELIZ
    DOIS GRANDES ADVOGADOS POETAS
    DOIS GRANDES AMIGOS QU ADMIRO MUIIIIITO
    SUCESSO PARA OS DOIS

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Sou uma devoradora de livros, amo literatura, não consigo viver sem livros, principalmente os de poemas.
    Encantei-me, me encontrei e viajei nos poemas do Edegar, um amigo sincero e leal, um profissional extremamente capacitado e um poeta mágico. Sim, pra mim poetas são mágicos, pois me levam a lugares que só eles conseguem me transportar e viver momentos únicos.
    Parabéns Edegar, seu livro é maravilhoso, como uma simples leitora, digo que será o livro que deixarei sempre na minha mesa, pois desejo ter as mãos em muitos momentos para viajar.
    Sucesso.
    Eunice Capellini Moris, Funcionária Pública, 55 anos.
    Marília, interior de São Paulo.

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  6. Eunice,
    A chancela de uma pessoa inteligente e culta como você é, antes do reconhecimento, um prêmio!
    Obrigado.
    Edegar

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