quarta-feira, 2 de maio de 2012

ALGUNS POEMAS (partes) do livro Inventário de Poeta


         Prezados, acaba de sair "do forno" o meu livro Inventário de Poeta. Abaixo publiquei trechos de alguns poemas que o compõem.
            
      Se você quiser adquirir o livro, ao preço de R$ 30,00 (trinta reais), solicite-me pelo email poesia.edegargarciatorres@hotmail.com, meio em que lhe informarei um número de conta bancária para depósito. Depois envie-me o comprovante de depósito (escaneado, digitalizado) para o mesmo email, com o(s) nome(s) e endereço(s) e enviarei pelo correio sem custo.

        O livro estará disponível:

      Na Feira do Livro de Porto Alegre, RS:

>  Livraria e Papelaria Bamboletras - Lima e Silva, 776, Porto Alegre;
> AGEI - Associação Gaúcha dos Escritores Independentes, Porto Alegre;
> Livraria do Direito - UFRGS, Porto Alegre;
> Palavraria Livros e Cafés - Vasco da Gama, 165, Porto Alegre,
> Editora Alternativa;
> Livraria Multicultura Café - Rua da República, 351 Loja 01, Porto Alegre;
> Fogaça Livraria;
> Maneco Livraria e Papelaria;
> Livraria Palmarinca - Jerônimo Coelho, 281, Porto Alegre
> Livraria Inovação Cultural - FAPA;
> Livraria Magno Ciro - Banca 83 da Feira
> Dulcinéia Livros - Ramiro Barcelos, 386, Porto Alegre - www.dulcineialivros.com.br


Na Feira do Livro e livrarias de Pelotas, RS:

>  Livraria Lumière;
> Livraria e Sebo Icária;
> Livraria Montlat
> Livraria e Sebo Monte Cristo
> Livraria Cia dos Livros
> Livraria Vanguarda
> Livraria São José
> Livraria Vanguarda (Rio Grande, RS)


Outros locais:

> Farmácia Daltro Filho - rua Gen. Daltro Filho, 963 em Sant´Ana do Livramento, RS;
> Ponto do Livro - Rivadávia Correa, 291 e Feira do Livro de Livramento, RS
> Livrarias em Pedro Osório, RS

            SESSÃO DE AUTÓGRAFOS - na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 9 de novembro a partir de 19h.







DISTÂNCIA E SAUDADE

Quando a saudade planta pés de solidão
nas infinitas amplidões do bem querer
cada carinho, como rosa, desabrocha
luz de lembranças pra sonhar e renascer...
...
Um grilo irmana sua ode aos pensamentos;
Maria vai, Maria vem na soledade,
deusa menina que o universo fez mulher
nessa distância do tamanho da saudade...
...

LUA VELHA

... Que amores podes ter que eu não conheça?
Que mistérios podes ter por desvendar?
Que brisa pode haver em tuas noites
que me leve pro infinito a viajar?
...
A que mundos teus caminhos levarão,
diferentes dos planetas onde andei?
...
Que sentimentos terás que não senti?
Que ilusões tuas que eu não tenha erguido?
Que amante és que eu já não tenha amado?
...

MIÇANGAS

... Você vem feito cigana no meu sono
pra me vender bugigangas de saudade
e eu nem sei por onde andas neste outono
e eu nem sei de mim, da vida, da verdade.

Não sei por que guardei você num escaninho
perdido, enfim, nesses abismos da paixão,
como um pirata que, em ilhotas do caminho,
guardou tesouros pra o silêncio e a solidão.
...

PARTES DE MIM

Tenho dentro de mim
uma alma e outras várias
uma alma
multialmas...

Dentro do peito
um coração
e outros vários...
...
partes de mim que habitam,
coabitam,
amigas,
inimigas,
consortes...

NOCHES LARGAS

En las noches
mirando la luna
y las estrellas,
muchas veces me acordé de ti...
sonreí para ellas porque
tu estabas allí,
allá,
en todo el sítio celeste...
Las estrellas eran...
...

SÍTIOS DE LOS CIELOS

... Quiero empapuzarme de noches,
de lunas y de estrellas...
quiero hallarte en los infinitos pampas de las galáxias
besar las manos tuyas
y caminar contigo em los anillos de Saturno
Sí! Se te vás conmigo...
Vamos caminar
Y fixate: el universo es tan chico...
no te habrá cansancio...


ESSÊNCIA
...
Meu destino é estradear léguas sem fim

nessas ânsias viageiras de amplidão
e onde o pingo não tem patas de chegar
chega o sonho, chega o verso e o coração...

Num poema ergo castelos imponentes
Que à noite as luzes dos avós são lamparinas;
Noutro o vento das quimeras traz Quixotes
E o que foi já não é mais senão ruínas.
...

SONETO DA LOUCURA
...
Sou Quixote envolto em elmos de bacias
e os moinhos são mi´as penas encantadas
os meus sonhos vêm montando rocinantes
e trilhando dentro d´alma encruzilhadas...

Tenho medos do papão, velho do saco,
tenho medos de apagar a lamparina,
fim do mundo, duende, bruxa e da verdade
de encontrar comigo mesmo em cada esquina...
...

YERVEANDO
...
 Ao pé do fogo – meu altar campeiro –
rezo m´ias penas pastoreando sinas,
enrodilhando versos, vida e tempo
ao crepitar das chamas bailarinas.

Os meus recuerdos passam em tropilhas
buscando achegos na alma e galpão,
pealando estrelas que os galos espantam
reculutando auroras na amplidão.
...

LUA DAS LOBAS
...
Lua das lobas famintas
no abandono das libidos,
derrama punhais de prata
no furacão dos sentidos...

Lua que inspira em poetas
repetidos motes tolos
nos medíocres contrapontos
de ilusões e desconsolos...
...

EL TIEMPO Y YO

Qué!
Tan solo estoy
oyendome caminar por entre estrellas
en dos mundos del alma...
uno, la razón; otro, sentir...
¿Y esto es así?
pero…
...

CAMPOS DE AGONIAS
...
Quando eu passava pela oitava estrela
depois de Antares e de Aldebarã
lembrei de noites cheias de pesqueiros
e guitarreios trazendo a manhã...

E o pensamento nos confins do cosmos
correu lonjuras, campos de agonias
nas soledades que as desilusões
lavam o mate pelas noites frias...
...

PENSANDO A VIDA
...
Quantas verdades que senti perdidas
pensando a vida para me encontrar;
quantas mentiras que pensei verdades
nas largas trilhas de meu caminhar...

Quantos duendes em tropéis insanos
fincaram ranchos pelas soledades
que a alma tem quando desabitada
e tão povoada de contrariedades...
...

MÃOS

Doces
como os doces que fazem,
doces de carinhos
doces de carícias
doces de amor
doces de paixão
dedos longos, delgados,
pianistas...
mãos bailarinas...
...

TU, POESIA (Parte I)
...
Por vezes fico meditando em horas mortas
se és mesmo fonte e jorras águas de beber
se és acalanto, se és motes de cantares
ou se és estrela e jorras luz em meu viver...

Tens nesse tom, nesse matiz iridescente
versos e cores, odisseia, inspiração...
e tens magias de mulher, serena e bela
que inspira em si sonho e loucuras de paixão...
...


TU, POESIA (Parte II)

Tu és menina que sonha com beijos
que dou-te em rimas pra te acalentar;
tu és rainha de domínios tantos
e calabouços de me aprisionar...

Se te dou flores, pronto! és primavera!
e em tardes outonais inspiração;
se me abandonas sinto o frio do inverno
e se me chamas me fazes verão...
...

TU, POESIA (Parte III)

São tuas luzes divinais poemas,
são teus amores rimas e quebrantos;
são teus caminhos feito céus de estrelas
são do poeta teus segredos tantos...

Em teus abrigos sonho descompassos
e em meus delírios guerras, paz, enfim...
e teu olhar, luar de imensidão,
traz inquietudes, vendavais em mim...
...

TU, POESIA (Parte VI)

Eu te respiro, e em cada pensamento
te fazes tudo, meu sentir, meu ópio
e me abandono nesses teus clarões
girando a teu brilhar feito heliotrópio...

Teus horizontes cruzam meus desertos
plantando estradas para a alma andar
semeando paz, auspícios, claridades
nos verbos tantos de te conjugar...
...

TU, POESIA - Parte VIII

...E em ti reinas com sorte
em minha alma, da tua consorte...

Destarte,
nessas diáforas,
descarto Descartes:
nem sempre existir para pensar,
nem sempre pensar para existir
neste descontrole de palavras
ao traçar abstrativos
de poesia-mulher
à mulher-poema...
...

TU, POESIA (Parte X)

Quando viajo nas fronteiras de mim mesmo
levo miçangas de alma, angústias, meus anseios
e em profundezas que há em ti, mundo-poema
submergem meus pulsares, devaneios...

Todo poeta tem sua musa inspiradora
umas reais, outras, talvez, imaginárias...
Não existem musas órfãs de poetas,
que as elegem por suas ânsias libertárias...
...

terça-feira, 1 de maio de 2012





De minhas reflexões, mateando sozinho, numa barranca de rio, numa taipa de açude, conversando comigo mesmo... a sós comigo mesmo, pescando fragmentos da alma nos remansos e nos aguapés... sei lá... Era preciso inventariar a vida, meus tesouros, as vitórias, os fracassos, os sentimentos, as angústias, os valores... sei lá... assim subscrevo

                                     " INVENTÁRIO DE POETA"

. –... ”Às vezes encontro minha razão perdida na desrazão de não ter sido...”... – Edegar..

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Prefácio

      Assim nasce um menino (em Pedro Osório, RS), que nunca cresceu, mas que há muito já estava aqui...

      –... ”Às vezes encontro minha razão perdida na desrazão de não ter sido...”... – Edegar...

      Falar de Edegar Garcia Torres é falar de sentimentos intensos, das inquietações e aconchegos, de fruir a vida, do olhar que vai além do hoje, pois remete para um amanhã de 

quimeras, de discernimentos, ambiguidades e razões estéticas dos poetas. Assim desde muito cedo se estabelece um frondoso embate interno, entre dois mitos: “Dionísio” X “Apolíneo”, uma indomável pulsão que deseja agarrar a vida com a força de um tropel – de potros chucros, e, um supereu que impõem resistência e inspira seus sonhos à simetria harmônica, como os favos de mel.

      Nessas perspectivas, se faz homem o menino a tingir com letras as telas dos corações, com poemas de momentos, recordações e projeções, encantamentos e paixões, e insanas sanidades que remetem para um novo amanhã de si mesmo, onde o Poeta procurou na dissipação abaetar o D. Quixote (um Cavaleiro Errante) a combater obstáculos invisíveis em seus dias de desventuras e ilusões.

     Como afirmava Nietzsche – a Arte é o principal meio de darmos sentido ao mundo – ou até mesmo reinventá-lo, por que não? Apagar os sintomas do mal-estar, oferecer um lenitivo aos corações cansados de tantas verdades não aspiradas ou comprovadas. A sensibilidade de Edegar ao retratar seu olhar frente ao mundo oferece frestas para a transformação do homem em si, para si e ao mundo; sua poesia não é uma formula mágica, mas é pura magia, pois não subtrai a realidade, mas a reinterpreta, transmuta a dor em vitalidade, em leveza e alegria.
     
      –... “E o louco chorou, pois lágrimas lavam as culpas e abrandam a espera do nada.”... – Edegar...

      Infeliz de quem nunca se permite ou permitiu-se dar vida aos seus loucos sentimentos, não arriscou sustentar a insana excentricidade da sana volição à felicidade; mas o que é a loucura, se não uma forma de superar a dor da não possibilidade? Como compreender a loucura se não por dentro dela? Os loucos fazem poesias, fazem gambetas para a vida, perguntas que a vida não quer ouvir as respostas. Ah os Poetas...!

      ... Esses artistas, deuses das contestações, das criações e recriações, loucos sonhadores que sonham vidas sem desencontros, encontros eternos de finais iniciais, pinçam as dores devolvendo arco-íris em janelas de esperanças, deliram paixões por confundirem o amor, lutam contra os moinhos para conquistarem as suas Dulcinéias, nestes delírios de realidade adormecem com seus pares sonhando com alcovas imaginárias. 

      ... – Quantos resquícios de ilusões e culpas desbotam motes de viver ou ser; quantas represas de afetos negados a alma espera para renascer...” – Edegar...  

      Poesia sem dor é vida sem superações..., a estética poética faz rimas com a contingência e a dialética humana, expõe o constante jogo das contraposições, sem camuflar a natureza em sua livre pujança de sofrimentos e deleitamentos, fenecimentos e renascimentos, alegrias e tristezas, perfeições e dor, e, assim, desloca a metafísica da renúncia para a metafísica dos amores e seus desdobramentos.  Nesta fidelidade humana discorre o Poeta dos sentimentos intensos, sua oposição à renúncia à vida.

       ... – “Vai, fiel poesia... Faz nas pedras desabrochar botões de rosas e madressilvas.” – Edegar...
     É com encantamento e satisfação, que cumpro o desígnio de anunciar aos corações e mentes sensíveis à arte, um tantinho do olhar do Poeta dos Sentimentos Intensos.
Senhores leitores, embarquem nesta nau de páginas de vida e façam uma instigante viagem de paixões, sonhos, lembranças, belezas, melancolias, prostrações e ternuras.

       Cedaior Ami da Silveira
       Filósofo/Terapeuta